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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Opinião do geógrafo/professor de geografia João Lemos


João Lemos – Geógrafo/Professor de Geografia

1.       Diga o que entende por Geoturismo.
R. O geoturismo é um segmento turístico que estudo os elementos geológicos existentes num dado território e que poderão contribuir para aumentar a afluência de turistas a esse mesmo espaço geográfico.

2.       Considera que o Geoturismo compreende um novo nicho do turismo de natureza na ilha da Madeira e Porto Santo com potencialidades de aproveitamento económico?
R: Sim. Penso que o geoturismo pode ser um elemento diferenciador da marca turística da Madeira e do Porto Santo e ao mesmo tempo potenciar o setor, acrescentando valor económico, social e científico na Ilha da Madeira e na Ilha do Porto Santo. Pois, estas duas ilhas têm muitos elementos geológicos que ao serem integrados em rede, irão contribuir para a elaboração de itinerários turísticos específicos e por conseguinte complementar a oferta turística das duas ilhas.

3.       Na sua opinião, que aspectos relacionados com a geodiversidade da ilha da Madeira e Porto Santo carecem de maior atenção e aproveitamento para fins turísticos?
R: Penso que tudo o que está por transformar em recursos turísticos, desde os vários elementos/conjuntos geológicos existentes no Porto Santo bem como na Ilha da Madeira. O geoturismo está por desenvolver a todos os níveis. É o caso dos ilhéus, dos cones vulcânicos, das antigas crateras vulcânicas, das formações rochosas resultantes da erosão eólica e fluvial até aos Picos que apresentam grandes diferenças em termos de fisionomia, de composição e de caraterísticas.

4. Enumere locais na ilha da Madeira e Porto Santo passíveis de serem convertidos em atracões geoturísticas?
R: Do meu ponto de vista, na Ilha do Porto Santo destacava o Miradouro da Pedreira de rochas prismáticas colonares; O Pico Ana Ferreira; O Pico Branco; O Pico de Castelo; O Pico de Castelo; O Miradouro das Flores; As superfícies de ravinamento existentes em vários lugares;  O Ilhéu da Cal e todos os outros.
Na Madeira: O Pico do Areeiro; O Pico Ruivo; O Pico das Torres; As Chaminés de Fada existentes na vereda Pico do Areeiro/Pico Ruivo; O Homem-em-Pé; A Cara; O Paul da Serra; O Arco de São Jorge (vestígios de uma antiga cratera vulcânica); A Penha de Águia no Porto da Cruz; A plataforma de Abrasão do Porto da Cruz; A Rocha do Espigão no Porto da Cruz; O Cone Vulcânico da Piedade; As Dunas da Piedade; A Torrente do Caldeirão Verde; O Véu da Noiva no Seixal; O Ilhéu Mole no Porto Moniz; A Fajã dos Padres; A Fajã das Achadas da Cruz; A Fajã das Galinhas em Câmara de Lobos; O Cabo Girão; O Curral das Freiras; O Miradouro do Serrado; A Fajã de abrasão da Penha de Águia – Faial; Os Balcões no Ribeiro Frio; O Cone Vulcânico da Atalaia no Caniço; O Pico dos Barcelos no Funchal; O Caldeirão do Inferno; etc.

5.       Na sua opinião, que tipo de políticas deveriam ser implementadas tendo em vista a valorização da geodiversidade no contexto do sector do Turismo?
R: Primeiro os governantes responsáveis pelo turismo, pelo território e pelo ambiente, deveriam idealizar uma Estratégia de Desenvolvimento para o Turismo de curto, médio e longo prazo. Depois, integrar os vários produtos/recursos turísticos sob a forma de marcas específicas ou de nichos específicos, onde o Geoturismo teria uma abordagem científica, técnica e turística própria, com a colaboração dos investigadores e dos geógrafos, visando um segmento diferenciador da Madeira e do Porto Santo. Neste sentido teríamos itinerários turísticos específicos relacionados com os geomonumentos.

6.       Considera que a ilha da Madeira e Porto Santo poderiam albergar um geoparque turístico?
R: Sim. Do meu ponto de vista já deveria estar no terreno.
Julgo que seria um geoparque turístico no Porto Santo e outro na Madeira, embora a promoção pudesse ser conjunta para rentabilizar as sinergias e os recursos financeiros.
A Madeira como destino turístico em decadência, tem de apostar nos seus recursos naturais e transformá-los em recursos turísticos, retirando o máximo de proveito, principalmente turístico e económico. Os territórios turísticos que dispõem de maior diversidade de produtos terão o futuro assegurado, principalmente os produtos diferenciadores dos outros espaços turísticos. A Madeira e Porto Santo têm elementos geológicos muito diversificados e estão praticamente todos por estudar e cartografar para depois elaborar os tais itinerários turísticos.
O futuro do nosso turismo está na inovação, na criatividade e na diferenciação dos nossos produtos. O geoturismo pode ser a mais-valia que a RAM necessita para desenvolver mais o setor turístico, através duma oferta multivariada.

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